Notícias
Advogada e psicanalista abordam parentalidades no I Seminário de Direito de Família e Psicanálise do IBDFAM; inscreva-se
O I Seminário de Direito de Família e Psicanálise do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM será realizado nesta sexta-feira (2), das 9h às 17h30. Com o tema “Os afetos que nos afetam”, o evento contará com certificado de participação e transmissão ao vivo por meio da plataforma Zoom. O prazo para se inscrever está acabando: clique aqui e garanta a sua participação.
Parentalidade e questões de gênero são os temas que marcam a programação a partir das 14h30, com exposições de diretoras nacionais do IBDFAM. “Igualdade e diferenças: um paradoxo para o Direito das Famílias?” é o questionamento apresentado pela advogada Adriana Aranha Hapner. O momento também conta com a presença da psicanalista Claudia Pretti V. Pellegrini.
As palestrantes vão apontar os caminhos da diversidade no entendimento da parentalidade contemporânea. “Por mais que possa a essa altura parecer clichê, é fato que a não separação entre conjugalidade e parentalidade se encontra no cerne da grande maioria das demandas e litígios judiciais”, observa Claudia.
“A paternidade socioafetiva e a multiparentalidade são exemplos do quanto a pluralização do conceito de família, a atenção aos aspectos éticos dos vínculos de convivência, e mesmo uma “desbiologização” da parentalidade, são modificações propostas no Direito de família e construídas com base no princípio da afetividade, e que tomaram emprestados conceitos da psicanálise”, acrescenta a psicanalista.
A especialista explica que, para a Psicanálise, a parentalidade se refere, em linhas gerais, às condições que devem ser transmitidas por uma geração para a seguinte. “Nesse sentido não pode ser pensada a partir de nenhum binarismo heteronormativo”, destaca.
Direito de Família e Psicanálise lidam com a escuta
Segundo Claudia Pretti, tanto a Psicanálise quanto o Direito de Família lidam com a escuta de questões muito caras ao sujeito humano, sobretudo naquilo que há de mais difícil, inaudito e inominável em sua estrutura.
“Com a psicanálise, inaugurada por Freud e ainda com o conceito de inconsciente, testemunhamos uma certa desconstrução nas fronteiras entre o normal e o patológico, o que abre espaço para pensarmos as questões humanas por um viés mais libertário, uma vez que sustenta o um a um de cada caso, e a impossibilidade de modelos únicos de funcionamento”, detalha a psicanalista.
O diálogo entre o Direito de Família, campo de escuta dos conflitos familiares dentro do Direito, e a Psicanálise, traz a possibilidade de “ampliar o olhar para questões da natureza humana e também das questões que se apresentam em um mundo em constante transformação”.
“Pretendo refletir sobre os pontos de encontro entre os dois campos assim como sobre suas dissonâncias, sobretudo a partir do trabalho de Jacques Lacan e da noção de estrutura e de funções parentais em Psicanálise, que me parece fornecer elementos sólidos para uma abordagem do tema, que é central para a estruturação subjetiva”, conclui Claudia.
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br