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“Para mim, foi a certeza mais forte que tive quando a segurei em meus braços”
Bianca Carvalho Simões dos Santos, 36 anos, trabalhava como auxiliar administrativo, mas atualmente é mãe em tempo integral. Ela vive em Madureira, no Rio de Janeiro, e é casada com Silvestre dos Santos, 33, proprietário de um restaurante. Eles são pais de Isabela, um ano e meio, criança que foi assistida pela Obra Social Dona Meca. Essa família teve a vida transformada pelo projeto “Portas Abertas”.
“Após alguns anos de casada, comecei a tentar a maternidade de forma natural, mas um ano se passou e nada aconteceu. Nós decidimos fazer alguns exames, mas eu já sabia que tinha ovários policísticos - distúrbio hormonal que causa um aumento no tamanho dos ovários, com pequenos cistos na parte externa deles. Porém, os resultados nos mostraram que meu marido também tinha um problema de fertilidade”, conta Bianca.
Com a notícia dos médicos, o casal sofreu muito. A auxiliar administrativo chegou a ter problemas de saúde por conta da ajuda hormonal que passou a ter para melhorar a fertilidade. Silvestre já havia sinalizado favoravelmente a uma adoção, mas Bianca precisou de um tempo maior para amadurecer a ideia.
“Alguns meses depois, meu marido ficou surpreso ao me ouvir dizendo que estava pronta para adotar e ser mãe”, relembra. No dia 05 de junho de 2014, os dois entraram com os papéis para se habilitarem à adoção. Após um ano e oito meses de estudos, reuniões em grupos de apoio à adoção, entrevistas e visitações, receberam o tão aguardado “positivo” que esperavam: estavam aptos para adotar.
Eles conseguiram o certificado de habilitação em 18 de fevereiro de 2016. “O Projeto Portas Abertas contribuiu muito para que acontecesse o encontro com nossa filha, pois foi durante as visitações e o contato com as ‘crianças reais’, que meu marido e eu mudamos o perfil desejado”.
Inicialmente, o casal buscava por uma criança de até dois anos, sem irmãos e saudável. Após conhecerem melhor a realidade dos abrigos através do Grupo de Apoio à Adoção Ana Gonzaga, passaram a optar por até duas crianças, de 0 a 7 anos, e com problema de saúde tratável.
“Nossa filha chegou através da Busca Ativa, com apenas um mês e meio de vida, mas sem diagnóstico fechado (havia a possibilidade de surdez parcial, cardiopatia leve e possível baixa visão)”, conta a mãe. Eles ficaram sabendo sobre Isabela após o telefonema de uma amiga, que também é mãe adotante e uma das responsáveis por um grupo de apoio à adoção, que havia recebido o pedido da uíza Mônica Labuto, do Rio de Janeiro, para entrar em contato com o casal.
Bianca e Silvestre foram convidados a conhecer uma bebê com diagnósticos não fechados e aceitaram imediatamente. Foi num sábado, 13 de fevereiro de 2016, no Dona Meca, que os três se encontraram pela primeira vez. “Para mim, foi a certeza mais forte que tive quando a segurei em meus braços”.
Num primeiro momento, Silvestre ficou um pouco apreensivo em relação aos problemas de saúde da criança, mas no dia seguinte conversou com a esposa e decidiram adotá-la. “Ali minha bolsa rompeu”, relembra Bianca. Eles entraram em contato com a juíza Mônica Labuto por e-mail e mencionaram a vontade de visitar Isabela durante o tempo que fosse necessário até que ficasse pronta a guarda provisória.
Uma semana depois, em 23 de fevereiro de 2016, puderam levar Isabela para casa. “Foi o dia mais feliz de nossas vidas”, contam. Desde então, começaram o acompanhamento médico da filha e tiveram a confirmação de que ela tinha mesmo uma deficiência auditiva, além de baixa visão no olho esquerdo e um problema cardíaco.
Após dois meses com os pais, a pequena Isabela foi diagnosticada com pneumonia e o coração estava com o dobro do tamanho ideal. Cerca de um mês depois, ela passou por uma cirurgia e felizmente correu tudo bem. “Aconselhamos que as pessoas que estejam em processo de adoção participem do Projeto Portas Abertas e se abram para a realidade”, diz Bianca.
Isabela ainda passa por acompanhamento médico, mas não usa medicamentos. Por prevenção, os pais a levam para fazer fisioterapia respiratória e motora. “O filho adotivo é aquele que foi escolhido por Deus para nascer de uma forma diferente para nós”, completa.
Silvestre, Bianca e a filha Isabela
Foto: Divulgação
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